ANGLO-PORTUGUESE COLLEGE
Comentário sucinto da
FOLHINHA STOCKWELL à notícia publicada in PALOPNEWS online em Outubro de 2012, sobre o projeto do centro supra alegadamente sob a égide da Coordenação
do Ensino de Português na Embaixada de Portugal, do Instituto Camões e do
Governo Britânico.
Sem me erguer em velho
do restelo, tenho vindo a interrogar-me há muitos anos sobre um projeto desta
natureza.
Tenho deparado com
questões do tipo de que isto mais criaria um ghetto, o qual ainda mais atrasaria a
comunidade, em termos de segregação em relação às outras comunidades incluindo
as nativas, do que nos avançaria. Seria
interessante estudar por exemplo o projeto da escola primária de Wyvill (e outras), perto do Café e Patisserie Portugal em South Lambeth road SW8, Londres,
no sentido de tirar as ilações devidas. Segundo o meu conhecimento, tem-se
desenvolvido nesta escola durante anos um excelente trabalho de apoio académico
às crianças e pais lusófonos, com o empenho dos docentes, e não tenho notícias de que
os serviços oficiais portugueses nesta capital alguma vez se tivessem envolvido. Corrijam-se se estou a errar.
Será verdadeiramente
uma escola do tipo Colégio Anglo-Português que precisamos nesta altura? Não estará o governo inglês a fazer o
suficiente a este nível e dirigido ao grupo etário das crianças da escola primária, secundária e universitária?
Depois de ponderação
cheguei à conclusão de que não é este tipo de colégio que precisamos, sobretudo
em altura de crise. Seria melhor integrarmo-nos nas escolas inglesas já existentes e incluir a nossa componente como mais
valia.
Este tipo de ensino está mais
do que menos coberto pelo Ministério da Educação e Qualificações Britânico, ou
será que o Governo Britânico se está a demitir da sua própria responsabilidade
do ensino das crianças, e vão deixar o painel administrativo do Colégio Anglo-Português com o bebé nos braços,
como fizeram com o Centro Português. Cuidado, porque este governo está numa
onda de privatizações e cortes orçamentais no setor público, e surgirá depois o problema do financiamento! Este
college não é definitivamente a prioridade para nós.
Olhem, em Lambeth há o
Lambeth College no Little Portugal, e nunca
vi lá a língua portuguesa como opção, embora lá ensinem outras línguas
menos ou nada presentes aqui. É de admirar que não tenha havido um lobby oficial em
defesa da língua portuguesa, e agora surjam com um projeto para fundar um Portuguese College.
Quando fundaram o
Portuguese Centre em Lambeth também fizeram um mega-projeto utópico de 1 milhão
e meio de pounds e com a ideia de ir levantar fundos a Portugal! Acabaram numa casita da Câmara onde nem renda pagam. Sem
comentários. Também não se vê nenhuma intervenção das autoridades mentoras e tutelares deste centro -- Embaixada de
Portugal, os conselheiros das comunidades,
e a Câmara Municipal de Lambeth no sentido de questionar todo o painel do
Centro Português em kennington Road, junto à festa de Portugal em Lambeth, sobre
o que estão a fazer e desatar o nó que impede o funcionamento do mesmo. Também já é tempo deste centro marcar uma
Assembleia Geral com a Comunidade e explicar os projetos que desenvolveram
e os que estão em curso.
O que faz falta aqui é
por exemplo a promoção do ensino da língua inglesa para adultos principiantes, porque
muitos portugueses são recusados nas escolas inglesas porque não têm nível de
acesso. As crianças têm tido o apoio linguístico necessário nas escolas inglesas
via teacher assistants. (a dra. Luísa Ribeiro é certamente a pessoa indicada
para informar disto). Ou será mais uma maneira de tentar ajustar jobs às medidas de alguns boys, como aconteceu mais ou menos com o Centro Português, o qual está a levantar muita
polémica na imprensa local em português e na comunidade em geral.
Lamento ter de levantar
estas preocupações, mas é necessário sermos cartesianos e questionar, fazer auto-crítica, ponderar, e não inventar mais distopias só para fazer correr tinta negativa na imprensa e
nada fazer de significativo para a comunidade, assim como tem acontecido até à data
presente. I rest my case.
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