Friday, December 30, 2011

43. PLANO MARSHALL PARA CRISE EM PORTUGAL



LITTLE PORTUGAL  - LONDON  UK

Da crise Portugal-Europa


1 Reagindo à crise da economia portuguesa e europeia, e sem entrar em jargão económico só para aficionados, a Folhinha tentará dar mais a visão do sentimento popular do que a  dos gurus da Economia.  Estes não precisam da Folhinha, porque têm acesso aos meios de comunicação social e outros.

2 Seria de antemão necessário descrever em duas palavras o sistema capitalista no qual nos inserimos. Ao mencionar capitalismo, palavra tabu, alguns defensores deste tabu começam já a vociferar: lá  vem já uma cassete comunista. Lembro que o comunismo lá para as Uniões dos Sovietes era também um capitalismo, só que não era privado como o nosso, era de Estado, caiu redondamente de cu como os patos. E o comunismo chinês não condiz com a psicologia do povo chinês: negociante e empreendedor.
3 O Capitalismo é um sistema em que quem tem dinheiro (capital) investe-o onde farejar o maior lucro e fazer crescer o montante. Privilegia o lucro sobre o  bem estar dos seres humanos e de outros animais.  Esse mesmo bem estar das pessoas só interessa na medida em que dá lucro. Se não derem de comer ao trabalhador, ele morre à míngua, perde a força, não produz e não dá lucro. 

Portanto o detentor de capital terá de abrir os cordões à bolsa no seu próprio interesse. Como estamos na sociedade de consumo, os detentores de capitais também têm de pagar mais do que o simples necessário para a manutenção física do trabalhador, para poderem comprar os produtos e dar mais lucro. O lucro acima de tudo, e é a base do sistema. 

Mas este sistema tem um grande defeito, é soberbo por natureza, glutão, precisa sempre de crescer, alimenta-se e devora mercados  para viver. Quando o capital não cresce, seja, os produtos não se vendem porque as pessoas não têm dinheiro, ou porque há produção a mais, o sistema começa a ruir como uma ponte quando os alicerces se desfazem por erosão, enfraquecem e todos sabemos o que acontece à ponte. Deste modo o capitalismo também está sujeito à lei da gravidade, quando lhe falta o alicerce do crescimento, simplesmente cai.
4 No caso português, não tem havido produção e mercado suficiente para gerar impostos colectados pelo Estado (somos todos muito patriotas e exigimos bons serviços públicos,  mas quantos de nós não tenta fugir aos impostos?) para pagar os seus empregados e outros gastos, por ex. em manter o país em funcionamento: 

construção de estradas, pontes, hospitais, escolas etc. Isto é só para dizer que não vamos agora acusar a administração eleita do país com todos os pecados.  Fez-se muita coisa bem feita e está no país para utilização dos cidadãos  e estrangeiros. Não vamos também acusar a Europa com as culpas todas, porque se não fosse o dinheiro que de lá veio para financiar praticamente tudo quanto se fez desde a adesão, Portugal estaria hoje na idade da pedra!  

Pelo caminho houve muita corrupção, fugiu muito dinheiro que era destinado a modernizar a máquina produtiva, seja na agricultura ou na indústria e outros. Nisto fez falta uma inspecção rigorosa, mas era preciso captar esses subsídios e no país ficariam, caso não fossem canalizados para importações ou contas offshore. Nem Deus conhece a história toda. Todos sabemos disso, e não é preciso dizer mais por agora.

5 O Euro foi uma das maiores revoluções pacíficas do mundo onde não morreu nem sequer uma alma. No entanto, outras revoluções deveriam ter acontecido em seguida, mas não aconteceram. E isso tem estado a estrangular a moeda.  Nem Portugal nem as outras economias em dificuldade podem desvalorizar as suas moedas nacionais para dar ímpeto às exportações, tal como meter mais gasolina no carro,  continuar em movimento e levar a carga ao destino. 

Claro, não tendo mão sobre o Euro, Portugal está parado, e os detentores de dinheiro fogem dali para fora e vão investir por ex. na Alemanha onde dá mais lucro. Nem sequer lá gastam o dinheiro que recebem dos juros vindos dos títulos do tesouro que compraram ao Estado! Mas a  saída do Euro seria muito prejudicial para Portugal e para o projecto europeu.

6 Portanto, a Alemanha e  França como motores do  projecto europeu, e os outros países membros, se quiserem manter o projecto inteiro, de pé, em movimento, e mostrar dignidade e respeito perante a comunidade internacional, terão quanto mais depressa melhor, de esquecer os egoísmos e nacionalismos estreitos, e proceder à união fiscal, direi ainda, e em voz alta, UNIÃO POLÍTICA.  

Quem ficar de fora entra mais tarde, se quiser! Terão ainda de criar e desenvolver uma Língua Europeia o INGLÊS EUROPEU para não haver problemas de comunicação entre a grande família europeia. Uma grande parte de políticos europeus ainda revelam grandes dificuldades de expressão em Inglês nesta fase do campeonato. 

A língua abate barreiras, fronteiras, portanto tem de haver União Linguística.  Não digo Inglês britânico porque o Inglês daqui está um pouco atrofiado e carece de uma revolução fonética. Quando visitarem Londres não se preocupem se não nos entenderem, porque parece-me que cada um fala o seu idiolecto do seu getto, uma espécie de crioulo português ou portinglês, jamaico, nigeriano, indi, paquistani, espanhol sul americano, bangladeshi, árabe, you name it. 

Não é o vosso Inglês que é incorrecto, é o nosso. Cada vez abrimos menos a boca ao falar e saem muitos sons abafados que não são e nunca foram britânicos. Por vezes até penso que já só se fala Inglês no Buckingham Palace – hipérbola, mas há muita verdade nisto.

7 É imperativo barrar o caminho à especulação dos capitais, porque gostam da desunião e começam por devorar um país de cada vez: Grécia, Irlanda, Portugal e agora os abutres já andam a voar por cima da Itália, da Espanha, França e já se fala que  também andam a apalpar a Alemanha com ameaça de lhe reduzir o rating para ganharem mais nos juros dos títulos. 

Essas mesmas agências de rating americanas que andam  a perseguir a economia europeia, nunca deram conta da pirâmide do Madoff (este apanhou mais de 100 anos de prisão. Vamos ver como vão gerir isto), do banco Lehman Brothers, da Northern Rock, e até atribuíam triple A às hipotecas americanas, as quais intoxicaram e deitaram abaixo praticamente todos bancos, e só não abriram falência porque as bancas centrais de cada país injectaram neles triliões de dólares, Euros, Pounds…  (o Lehman Brothers afundou logo) 

Daí vem o agravamento catastrófico das dívidas soberanas, descapitalização da banca e da instabilidade económica presente. Convém relembrar isto, porque outros eventos de diversão sobrepõem-se e fazem esquecer a origem do fenómeno.

8 A Alemanha anda a resmungar contra os Títulos do Tesouro Europeu e diz NEIN à ideia (European bonds), mas isto acabaria logo com a especulação e com o ataque individual a cada país. A Alemanha está deste modo a punir os pequenos países pela falta de rigor nas despesas dos Estados. A Folhinha acredita que a Utopia realizável do Projecto Europeu é mais forte do que estas birrinhas de família entre os irmãos sensatos e os irmãos  gastadores, tendo estes arrombado o mealheiro e gasto  o dinheiro em rebuçados. 

E agora obrigam-nos a repor 4 rebuçados por cada um que comeram: pagar  juro! O tempo e a necessidade de convivência em paz familiar fará esquecer a zanga e então terão se unir contra a agressão exterior, na altura certa.  Quando há dias o BCE (Banco Central Europeu) libertou uns 500 biliões de Euros surpreendeu sobretudo aqueles que até sonham com a queda do Euro. Então não há dinheiro! Há, há! Ainda há lá mais e não tardará a sair dos cofres.

9 Caso não avancem para a União fiscal a passos largos, seria obrigarem os  pequenos países a contraírem alianças precipitadas fora da Europa com as potências emergentes, concorrentes e outras, trair o projecto europeu e a memória dos pais fundadores da União, Jean Monnet e Adenauer. 

Penso que nenhum político gostaria de ficar na história com o título de destruidor da Europa por lhe faltar a coragem, a estatura política e poder oratório para cativar a opinião pública e desatar o nó que trava o progresso da União. Acrescento que este projecto de UNIÃO tem por finalidade misturar as economias e os povos para não entrarmos em mais guerras com todo o seu corolário monstruoso, destruidor de vidas, de propriedade e causador de grande sofrimento.

A PACIFICAÇÃO DA EUROPA  é a motivação suprema, o grande pilar e motor da construção europeia.  Todo o resto é uma questão de procedimento, de método para atingir o objectivo. Jean Monnet, antes de nos deixar, expressou o sentimento de que teria sido melhor ter começado o projecto europeu  pela União Cultural e não económica. A crise actual revela que este grande visionário tinha razão. A ideia inicial era que a União económica iria gerar por acréscimo a União Cultural e a grande amizade entre as nações irmãs, as quais têm infelizmente um historial de conflitos graves bem descritos pelos historiadores.

10 A abertura económica e tecnológica, sem visão estratégica, dos países pequenos a outras potências seria uma porta de entrada em força no mercado europeu, e contra os interesses de países como por ex. a França e a Alemanha. Este mês a Saab Sueca fechou as portas porque a  General Motors vetou a venda da mesma à China para lhe impedir o acesso à tecnologia de ponta. 

Nos anos trinta houve na América um lobby tão forte em favor de Hitler e outro isolacionista (America First) ao ponto do Presidente Roosevelt nunca ter conseguido convencer o Senado a declarar guerra contra a Alemanha Nazi. Entrou na guerra porque o Japão atacou a América e deste modo entrou automaticamente em guerra contra todas as nações aliadas do Japão. Só que os nazis já estavam a minar a América Latina, e os USA corriam o risco de perder esses mercados. (Saliente-se que a  Alemanha e o Japão são  hoje forças de bem, países democráticos, modernos e respeitados). Portanto, é preciso analizar a estratégia dos países exteriores à União e ver se vêm por bem ou se é para nos minar por dentro e lixar mais tarde: a quinta coluna ou o cavalo de tróia para os aficionados.

11 As guerras modernas em países modernos não ocorrem a tiro de canhão, porque ficaria tudo reduzido a pó numa fracção de segundo, é uma guerra entre economias, tecnológica, virtual, onde os hackers profissionais estão já ao serviço. Quando a França se riu da economia britânica dizendo que ainda estava pior do que a Francesa, a Inglaterra respondeu logo com um plano de evacuação dos seus cidadãos em caso de colapso do Euro, como se se tratasse da explosão de uma bomba atómica. 

Isto foi só para mostrar que em especulação os Ingleses ainda têm mais imaginação do que os Franceses.  Os expats britânicos a viver na Europa riram à gargalhada desse plano. Como se eles precisassem desse tipo de ajuda do  Governo Inglês!   A Folhinha não se vai alargar muito em especulação geopolítica sobre um mundo em ebulição, quando presentemente os estrategas tentam, como no passado, ganhar  o máximo de influência no mundo na conquista de mercados e de matérias primas.

12 Por exemplo, os Franceses e os Ingleses mostraram claramente à Rússia e à China, na operação da Líbia,  que os países da África do Norte estão perto de mais da Europa para lhes fugirem da esfera de  influência. A  África Francesa sempre teve ligações económicas e políticas muito fortes com a França, e a Légion Étrangère vai ajudando…  Quanto aos Portugueses, estes lutaram tanto em Angola e outros lados para depois entregaram tudo de bandeja à União Soviética, incluindo Timor Leste por intermédio da Fretilim. Só que a América não gostou da brincadeira e encomendou logo a missa ao Sukharto. Conhecemos as consequências. Vamos agora ver até que ponto os Portugueses conseguem contrabalançar a influência da China em Angola, com quem temos muito mais afinidades do que os chineses, mas deve tudo assentar em respeito e interesse mútuo.

13 Quanto à Inglaterra (não digo Reino Unido porque a Escócia não tardará a plebiscitar (em 2014) a população sobre a saída do Reino Unido), seria melhor ficar de fora e até nunca deveria ter entrado. A Inglaterra sabia bem e sabe que o projecto europeu tem por objectivo atingir a UNIÃO POLÍTICA. A Inglaterra nunca quis e não quer união política, então por que razão aderiu à União Europeia? Simples: só para beneficiar do mercado e fazer descarrilar o processo. Sejam quais forem os métodos de sabotagem, e estes não faltarão, a unificação europeia é um comboio a grande velocidade sem marcha atrás. Ao usar do veto em Dezembro 2011, O PM britânico  exigia o direito de veto sobre vários tópicos, porque o direito ao veto tem os dias contados, e será  apenas necessário uma maioria não qualificada.

14  Em suma,  D. Cameron queria assegurar vetos futuros para continuar a brincar e a destabilizar a Europa. É óbvio que os outros membros até pensavam que ele estava a brincar, mas o gentleman estava mesmo  a falar a sério! Depois quando ele estendeu a mão para se despedir do Presidente Francês Sarkozy, este voltou a cara para o lado e deveria ter murmurado: “vá te faire foutre Con... !”  A chancellor Ângela  desataria a rir à gargalhada se o Francês Nicholas  lhe tivesse dito ao ouvido que se não fossem os Rolls Royces e  Vauxhalls  alemães, a Peugeot e a Renault a rolar no Reino Unido, os Ingleses andariam todos em riquexós com  kangaroos a dar ao pedal, e em carroças puxadas por vacas loucas, lol! E se a PM Alemã dissesse ao Francês que a Deutshe Bank é um dos pilares da City e a jogar forte em Liverpool Street, então o Nicholas até rebentava a rir. De qualquer dos modos, nenhum político realista, incluindo o PM britânico, acredita na probabilidade de deitarem abaixo mais de meio século de construção europeia.

15  A própria city, também conhecida por square mile, milha quadrada (bairro da alta finança em Londres) não gostou do veto do PM Cameron, receiam isolamento, e há quem diga que a city não mandatou Cameron para os defender. E os mesmos dizem que o veto de Cameron contra a União fiscal não defende a city. Diga-se de passagem que o Partido Tory de Cameron é financiado pela alta finança da square mile. Então o veto teria sido mesmo para proteger os interesses da praça  financeira ou para fins geopolíticos e secretos? 

Eles sabem que na aldeia global  nenhum país com a estatura da Inglaterra terá qualquer influência no mundo se não pertencer a um bloco. Então devem já estar noutro bloco, e por isso recusam o bloco europeu. Se não tivessem tido  a ajuda que tiveram dos USA durante a guerra das Malvinas, a Task Force Britância poderia ter voltado para casa em barcos de salvação e humilhados. Muitas vidas  perdidas dos dois lados. E o Videla argentino, ajudado pela "inteligência" soviética,  teria ficado no poder por mais algum tempo e teria  chacinado ainda mais uns milhares de Argentinos! Bem, também não sei porque razão a Argentina reclama estas ilhas. Só porque estão mais perto da Argentina?  O que é que a distância tem a ver com a soberania? 

16  Por agora a Inglaterra está fora,  e está bem assim, não faz falta nenhuma na União embora haja quem diga o contrário só para parecer bem e acalmar os ânimos. Este afastamento notou-se também no facto de a Rainha de Inglaterra, Elisabeth II,  na sua mensagem de Natal 2011 falou da Organização do Commonwealth mas nem sequer mencionou a Europa! "In this past year my family and I have been inspired by the courage and hope we have seen in so many ways in Britain, in the Commonwealth and around the world. Junte-se a esta volta pelo mundo, mas não pela Europa, a retórica inflamatória, vitriólica e propaganda simplista  anti-Europa da imprensa britânica,  nomeadamente, O Evening Standard, o Daily “Torygraph” o Daily Mail,  o Sun, o Times... Estes dois últimos pertencem ao grupo Murdoch das vergonhosas escutas telefónicas, o qual manipula a opinião pública Inglesa quando ele é Australiano com passaporte US. 

Parece que ainda estão na época das guerras napoleónicas! O sentimento anti-europeu é tão profundo na população ao ponto de sugerir que esta gente saiu toda dos laboratórios do Admirável Mundo Novo de A. Huxley. Portanto, a Folhinha pensa que a Inglaterra não deveria ter assento na União Europeia, e o Presidente  Charles De Gaule também nunca teve opinião diferente. Porém, se algum dia este país abandonar a União, os imigrantes portugueses e outros devem ficar tranquilos porque a Inglaterra é um país democrático, respeitador e sapiente: quem cá está cá continua, absolutamente na mesma e sem ser inquietado por ninguém. Os migrantes europeus fazem falta no Reino Unido, e ainda nunca ouvi nenhum político Inglês a pôr em causa a liberdade de circulação  dos trabalhadores da União Europeia. Têm pelo menos esse mérito.

17 Quanto ao convite à imigração feito pelo Primeiro Ministro Passos Coelho, uns dizem que é uma atitude derrotista e outros dizem que se mostrou realista. A Folhinha não comenta. Porém, a imigração que nos anos 60 fugiu à fome de Portugal e ao trabalho  mal remunerado, nunca tiveram voz para se queixarem nem sequer lha davam. Ficaram caladinhos. 

O País era como um campo de concentração, mas as pessoas fugiam para França e até chegavam a demorar um mês para chegar ao destino. Partes do percurso era feito a pé de noite pelas montanhas, para não serem apanhados pela guarda civil espanhola e devolvidos às autoridades de Portugal. O regime salazarista corria atrás destas pessoas como cães de caça para os impedir de sair do País. Não conseguiram reter o pessoal, e aquando da revolução do 25 de Abril de 1974, já tinha fugido tudo, apenas ficaram os privilegiados do regime e pouco mais. Reconheceram depois que a imigração fora boa para quem ficou,  para a maioria que partiu e para o país.

18  Tudo indica que este novo fluxo migratório se compõe de pessoas com formação académica ou outras, mas qualificada. E quem não se qualificou, certamente que esbanjou as oportunidades porque  Portugal fez muito neste sentido. Mesmo que tivessem só tirado o 9º ano, já é um bom patamar educativo de partida. Quem não tirou isto falhou redondamente, seja qual for a razão, mas falhou e isto é o mínimo exigido para lançamento na vida e cidadania, caso abra os olhos e compreenda como funciona o mundo que o rodeia.

 A Folhinha não incita ninguém a imigrar nem a não imigrar, tem de ser um acto voluntário. Todavia, a Folhinha segue a corrente de pensamento que advoga que todo o cidadão português deveria passar pelo menos um ano no estrangeiro na vida activa, a fim de abrir horizontes espaciais, temporais e mentais. Isto seria uma vacina contra a insularidade atrofiada, uma mais valia para o currículo pessoal e bom para o país.

19 Tivemos no passado uma imigração com grandes carências educacionais, sofreram e sofrem muito com isso. Presentemente as novas gerações têm formações, falam línguas estrangeiras ou têm grandes capacidades para aprenderem. Nem ninguém as impede de sair do país nem de arranjar emprego num país da União! No entanto queixam-se porque sabem-se expressar e têm acesso à comunicação.  Esta classe não saía muito do país, era privilegiada, vivia bem,  mas agora com o país em crise também não há pão para esta gente  e sentem-se revoltados, porque ou saem ou vão entrar em dificuldades. Não têm muitas opções senão meterem-se à viagem, e isso implica sempre aventura, dúvidas, insegurança, o sofrimento do afastamento das famílias, dos amigos e de lugares que conhecem e gostam.

20 A Folhinha termina com uma nota positiva e de esperança. Portugal precisa de políticos carismáticos, inspiradores e capazes de mobilizar a população em torno de um Projecto de Salvação Nacional no qual  as pessoas acreditem. Para isso é preciso honestidade, coragem política e grande poder de comunicação. A situação do país é catastrófica e é preciso recorrer a mensagens fortes, convincentes e honestas. 

Antes de tudo é imperativo proceder à limpeza da casa Portugal, seja, banir a corrupção e reavaliar certos salários, reformas e outros privilégios que acorrentam o país. Propõe-se que  o subsídio de desemprego seja reduzido para  o rendimento de reinserção social para todos os desempregados, mas atribuído por um período indeterminado, desde que provem que andam genuinamente à procura de emprego. Terão ainda assistência na renda da habitação e auxílio básico e suficiente para as crianças. Isto porque se as pessoas não têm o suficiente para  sobreviverem, ninguém as consegue mobilizar para nada. Em seguida, desenvolver um grande projecto educacional e de requalificação da população.

21 O projecto educacional não só desenvolve novas aptidões na população, uma mais valia de grande utilidade e prazer para as pessoas e para o país, mas também dá esperança, ocupa as formandas/os  e as formadoras/es. Neste projecto convém utilizar o tecido associativo para provisão destes serviços de formação, porque são outlets de proximidade e também diminui a índole formal das escolas. 

 Seria importante que os nossos políticos lessem um simples resumo do New Deal do Presidente Roosevelt nos anos 30. Com isto não conseguiu relançar a economia, porque esta parece ter os caprichos da chuva, cai quando quer, mas deu esperança, ocupou as pessoas, pôs tudo em movimento com um projecto de renovação de infra-estruturas,  financiou as artes… Foi porém uma fase muito difícil para muita gente.

22 Last but not least,  lembremo-nos de que Portugal já existia antes de 1143, embora com outro nome, existiu até agora e continuará a existir no futuro. Ultrapassará esta fase complicada. Seria todavia no interesse de Portugal continuar na zona Euro, mas com novas regras, e sempre aberto ao mundo, especialmente aos países Lusófonos, como é a nossa vocação, tradição  e interesse. 

PS: 
William Hague, membro do núcleo duro da tribo “thatcherite jingo” dos eurocépticos, e  ministro UK dos negócios estrangeiros, disse o seguinte no programa televisivo de Andre Marr:


 Mr Hague said that greater integration would be needed to make the euro work.
"It does require closer fiscal integration, it does require closer political integration - it can't work without that," he said.
"When Germany is in a currency like that it imposes on the others Germanic discipline if they are going to be able to stay in it for the long term.  In BBC News, 19 Feb 2012.
 A FOLHINHA pede a estes copycats que tenham a humildade de revelar a FOLHINHA DE STOCKWELL como think tank e fonte de inspiração. Lol. Não é preciso passar por Harvard para descobrir que o problema do Euro reside na falta de UNIÃO FISCAL E  POLÍTICA. Os USA têm regiões pobres e isso não atrai ataques ao Dollar. Todavia,  atraiu a oferta de ajuda do Presidente da Venezuela, Hugo Chaves,  ao pobres de Luisiana quando devastada pelo furacão Katrina. 

Friday, December 2, 2011

41: PRECISA DE HABITAÇÃO EM LONDRES? ISTO É PARA SI.

LITTLE PORTUGAL  - LONDON  UK
DA HABITAÇÃO EM INGLATERRA


Parte da filosofia da União Europa consiste em facilitar a circulação de trabalhadoras/es pelos mais variados países membros, a fim de criar laços fortes entre as pessoas e evitar provocar mais guerras.  Ciente desta facilidade e oportunidade de movimento entre países, A FOLHINHA de STOCKWELL tem a noção da crise de emprego em Portugal, e sente o dever de dar umas dicas sobre a habitação em Londres, a quem tiver espírito de aventura e gostar de circular por outras terras. Grande parte desta informação aplica-se igualmente a outras partes do Reino Unido e a pessoas exteriores à UE.


Viver em Londres sai caro e também não é barato em praticamente nenhuma grande metrópole  do mundo. Se for rica poderá comprar, arrendar ou viver num hotel. Mas se não dispuser de grandes fontes de rendimento terá de procurar uma solução mais económica, tais como arrendar uma habitação.  Quando se tem imaginação, encontram-se muitas opções de desenrasque, desde squatting (a lei mudou recentemente e tornou-se mais rigorosa), habitar em casa de amigos e outras soluções que nem me passam pela cabeça. Tudo dependerá das circunstâncias pessoais de cada pessoa.

O processo mais convencional é arrendar um quarto (room), um estúdio (studio), um T1 (one bedroom flat), T2 (two bedroom flat) e por aí adiante, no sector privado.  Como? Poderá falar  directamente com o senhorio. Poderá ainda perguntar nos cafés portugueses. Muitas lojas afixam nas vitrinas anúncios de casas, apartamentos e quartos para arrendar. Os pubs (o equivalente dos nossos cafés) alugam quartos por cima dos estabelecimentos. Em Londres também é tradição partilhar a casa, cada pessoa vive no seu quarto, mas utilizam em comum a sala de estar, a cozinha e o quarto de banho. Isto é muito frequente com a juventude estudantil e também trabalhadora. Quando alguém parte, anunciam imediatamente a vaga. Está presentemente a acontecer em Londres o fenómeno de dividir os apartamentos em pequenas unidades habitacionais selfcontained (com cozinha e quarto de banho),  a fim de baixarem o preço das rendas. 

Loot é um jornal de publicidade onde poderá encontrar muitas habitações para arrendar, mas tente evitar as letting agencies (imobiliárias), porque o custo dos serviços deles equivale geralmente a uma semana de renda. Mas se tiver pressa em arranjar alojamento, isso é uma opção a ter em conta.  Não se esqueça que terá também a possibilidade de viver num hostel, o qual não é menos do que um hotel, mas é mais barato. Por vezes terá de partilhar o quarto, o preço é mais baixo e estará mais à vontade se,  por exemplo, viajar com amigos, amigas. Assim disporá de tempo para arranjar habitação particular sem necessidade de se precipitar.  Procure na Net porque Londres está cheio deste tipo de habitação temporária. Como é óbvio, os hostels têm muita concorrência durante as férias estudantis.

Preço das rendas. Depende da área, do senhorio, mas posso avançar com valores: viver num simples quarto poderá custar  entre 80 e 120 libras por semana. No entanto também há muitos quartos selfcontained (com fogão e casa de banho) ao mesmo preço. Um T1 poderá custar 200 libras por semana ou mais, mas já terá de pagar imposto municipal. Em geral a luz e a água não estão incluídas na renda. Pagará ainda 4 semanas de renda de depósito e cerca de um mês de renda adiantada. Isto  será devolvido se respeitar o pré-aviso a dar ao senhorio antes de deixar a casa. Saiba que no Reino Unido as rendas podem ser pagas semanalmente, talvez pelo facto de os salários da classe operária (wage) também serem pagos à semana. O salário mínimo ronda as 6 libras por hora. Se forem trabalhar para fábricas de embalagem de produtos agrícolas, em zonas rurais, os patrões dão habitação com cozinhas comuns a baixo preço.  

Quando tiver começado a trabalhar, adquiria até há bastante recentemente o estatuto de trabalhadora/or, qualificando imediatamente para colocar o seu nome numa lista de espera de acesso uma casa social, cuja renda é cerca de metade daquelas praticadas no sector privado.  A Folhinha acredita que esta legislação não tenha mudado, porque estas leis  sobre os direitos dos migrantes europeus são emitidas em Bruxelas, e sobrepõem-se às leis nacionais dos países da União. Informe-se gratuitamente nos centros de aconselhamento (Advice Centres) do seu município. Lembre-se ainda que as comunidades de expressão portuguesa no Reino Unido estão também a criar centros comunitários em português onde se poderá informar.  Mas como já há muitos anos que os municípios não constroem casas sociais, só praticamente as pessoas vulneráveis conseguem apanhar uma casa social.  Mas se o seu salário for muito baixo, poderá recorrer ao subsídio de habitação (Ler Folhinha 39).

Realojamento para proteção. Em caso de violência doméstica, quer dizer, maus tratos, bullying em casa, deverá imediatamente apresentar queixa na polícia, a qual entrará em contato com os serviços para o efeito,  inclusivamente com os serviços habitação-abrigo (shelter) para vítimas, além da instauração de um processo crime contra o agressor/a. Se for vítima em Londres, ligue e fale em português pelo Telefono de La Esperanza, sediados em Brixton, na vizinhança de Stockwell, Little Portugal em Londres:  Ligue também para elas se a vida lhe correr mal e tiver o moral em baixo: terá direito a umas palavrinhas de conforto na altura em que mais precisar delas. Verá que valeu a pena. Não se fique sozinha/o sem ajuda. (0)20 7733 0471. Unit 7, Fairfax House,  Overton Road, SW9 7JR Londres.

Aviso à navegação: j´habite, donc je suis (existo).  Quando habitar no Reino Unido, faça tudo direitinho como manda a lei e deixe-se de esquemas. Quer dizer, arranje uma residência, exija contrato de arrendamento (tenancy agreement) e ponha o gás, electricidade, telefone no seu nome. Se habitar com outras pessoas, terá de pôr alguma factura destes pagamentos periódicos no seu nome. Porquê? Porque mais cedo ou mais tarde, você vai precisar de provar onde habita, como por exemplo, para abrir uma simples conta bancária. Estas facturas, extractos bancários, cartas do município, da Segurança Social, do Serviço Nacional de Saúde endereçadas a si costumam servir de prova de residência.  É imperativo ter um endereço, porque sem endereço é como se você não existisse, e como é óbvio, quem não existe  não tem direito a nada aqui. Guarde também todas as datas de saída e entrada neste país, e destino das suas viagens, (é preciso  saber se você foi tirar algum curso de minas e armadilhas a algum lado, lol).  Poderá vir a precisar desta informação, por exemplo,  para requerer o cartão de residente permanente ao fim de cinco anos de estadia em Inglaterra.

Vamos agora concluir com uma Acção de Despejo (Eviction).  Leia estas linhas com muita atenção e siga isto à letra se não quiser passar alguns dias no hotel estrela (sleeping rough). Quando habitar numa residência e tiver um contrato de arrendamento na mão, o  seu senhorio lhe der ordem de despejo, e você não quiser sair ou não tiver para onde ir, VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO SAI, FICA!  E assim que possível, você desloca-se a um centro de aconselhamento, por exemplo, ao Citizens Advice Bureau, advice centres,  ou a um escritório de solicitors, e inteire-se dos seus direitos e deveres. O senhorio (landlord) até pode não ter razão de o despejar. Você até pode estar a faltar aos pagamentos da renda, mas poderá ter uma explicação válida para isso. Não se precipite a sair à papo seco, porque  depois de estar fora é mais complicado metê-la/o dentro.  

O Reino Unido é um país de Estado de Direito, seja, não se pode fazer justiça por mão própria, e quem se envolve em violência perde imediatamente toda a razão,  e essa  maluqueira pode ficar-lhe cara.  O senhorio não poderá arrastá-la/o para a rua, nem sequer poderá tocar-lhe na pele. Alguns tentarão intimidar o inquilino para ver se ele conhece  a lei, tentar assustar e fazê-lo  sair de um dia para o outro. Não saia. Fique. A decisão de despejo cabe ao Juiz do County Court (Tribunal Cível), e nunca ao senhorio, nem à polícia. Só depois do senhorio/a ter levado o caso a tribunal, isto leva algum tempo, e o Juiz ter decretado entregar a residência ao senhorio (Possession Order), é que o inquilino terá de abandonar a  propriedade. Mas, se por qualquer razão, ainda não quiser sair, o senhorio terá ainda de requerer ao tribunal a acção dos bailiffs para executarem a ordem do tribunal. Isto também leva tempo. O inquilino também poderá recorrer da decisão.  Acredite que os Juízes são pessoas de grande sapiência, e irão sempre ponderar todas as circunstâncias pessoais da inquilina/o. Nunca poriam na rua uma família com crianças, idosos, doentes etc. Os serviços sociais teriam entrado em acção e encontrado uma solução viável.

Em caso de conflito litigioso, peça sempre ajuda a profissionais de habitação nos advice centres, solicitors, e não ande a agir à toa, à sua maneira e contrário às leis. Não adianta andar assustada,  stressada, frustrado e a mandar vir contra tudo e contra todos. Neste país existem pessoas voluntárias ou assalariadas  a trabalhar em centros de apoio, as quais terão todo o prazer em accionar os mecanismos de defesa dos inquilinos e ajudar a resolver o seu caso.

A Folhinha de Stockwell deseja a todas e todos uma boa estadia no Reino Unido.  Quando arranjarem casa e nela habitarem não se esqueçam de fazer a festa da praxe,  housewarming  party, mas bebam com moderação e música de fundo baixinho, para não serem ameaçados com uma ordem de despejo no dia seguinte. Não se assustem, porque se despejassem todas as pessoas que fazem fazem parties, já estaríamos  todas/os na rua há muito tempo. 

Friday, November 4, 2011

39. Housing Benefit -- Subsídio de Habitação


A FOLHINHA  DE  STOCKWELL  39
LITTLE PORTUGAL  - LONDON  UK
SUBSÍDIO DE HABITAÇÃO – HOUSING BENEFIT UK
A habitação em Londres é caríssima. Comprar, só se for milionária. No entanto, se usufruir de um salário estável, poderá contrair uma hipoteca (mortgage) e ir pagando. Mas cuidado, não se meta em aventuras de ricos se for pobre.  Outra opção é pagar renda (aluguel no Brasil. Deixe  o termo acomodação para o portinglês), É mesmo este assunto da renda e subsídio de renda que a Folhinha vai falar hoje.

As rendas em habitações camarárias são mais ou menos metade das do sector privado. O tipo de habitação é designado aqui por council flat e o conjunto é chamado um Housing Estate, Londres está cheio disso. A história destes aglomerados sociais com rendas moderadas, vem desde o fim da Segunda Guerra Mundial quando houve urgência em construir habitações sociais para alojar os soldados desmobilizados.  Foi mesmo uma obrigação e nenhum favor alojar os ex-combatentes sobreviventes. Não se pode dizer a mesma coisa de algumas pessoas que ocupam presentemente essas casas. Já está em curso uma grande mexida nisso tudo.  

Se habitar numa casa de senhorio privado, a renda é cara e isso torna-se um problema para quem trabalha, porque o custo da renda poderá ser igual a um salário. Se habitar  num T1 ( casa com um quarto, one bedroom flat) até pode ser mais elevado do que o salário.

É aqui que entra então em acção o regime de subsídio à habitação, que tanto tem dado que falar, dores de cabeça ao governo, municípios e trabalho a gabinetes jurídicos e tribunais. O assunto é complicado e assistimos neste momento a grandes mudanças do sistema. Se estiver aqui a residir legalmente, não hesite em entrar nos gabinetes gratuitos de Apoio Jurídico (os CAB e outros) existentes no seu município, e pergunte se tem direito a ajuda no pagamento da renda. 

A Folhinha dá mais umas vez umas dicas sobre o assunto. Leia também a Folhinha 36 sobre o Income Support.  O Subsídio de habitação (Housing Benefit) também é means tested  (quer dizer, vão-lhe scanear todos os pence que entram na sua continha. Se mentir no formulário, até poderá ir passar férias à pildra se lá tiver vaga, e ganhar um borrão no seu  registo criminal.

O seu subsídio de habitação irá depender do rendimento do agregado familiar. Se o rendimento de um casal sem filhos for cerca de 125 libras por semana,  irá ter praticamente toda a renda da casa paga pelo governo através do município. Isto deve-se ao facto de o governo considerar que um casal precisa de 105.95  libras para sobreviver, e se tiver uma actividade salarial, não lhe mexem nas primeiras 20 libras do salário para encorajar a actividade laboral.

Lembre-se sempre que essa ajuda vem dos impostos dos contribuintes, os governos apenas distribuem.  Terá também ajuda para o pagamento do Imposto Municipal chamado Council Tax. Terá no entanto de pagar a água e electricidade. Em caso de o casal ganhar mais de 120 libras por semana, pagará então cerca de 65 por cento para a renda sobre todas as pounds acima das 120 libras. Se quiser, poderá arrendar um T2, mas o subsídio será calculado sob a base de um T1. Portanto não se meta num palácio a pensar que o contribuinte a vai ajudar a viver como se fossem membros da família real. Se tiverem crianças, obviamente que a quantia base para sobreviver sobe segundo o número de crianças. Isto continua assim enquanto não aplicarem uma multa aos pais por cada criança que fizerem sem terem casa para os meter nem salários suficientes para os alimentar.

 Se habitar sozinha/o, aplique os mesmos critérios, só que a quantia necessária para uma só pessoa sobreviver desce para 67.50 libras por semana. Como não mexem nas primeiras 20 libras, só começará a pagar uns 65 por cento de renda e Imposto Municipal sobre tudo quanto ganha acima de 85 libras. Se pensarmos bem, quem está a aproveitar-se da carestia da habitação são mesmo os senhorios, porque o subsídio vai para o bolso destes.  Anda o contribuinte a financiar esta gente.  Mas isto não é assunto para aqui.

 Mas não pense que chega ao Reino Unido e vai direitinho aos departamento dos subsídios do município e requer isto e aquilo e sei lá que mais, tudo, sem nunca ter bulido aqui. Isto é para rir porque a maioria dos Portugueses nem sequer pedem os subsídios a que têm direito. E  preferem ganhar pouco do que andar a aturar as funcionárias dos centros de emprego.  

A Europa incentiva a circulação de trabalhadores pela União fora. Por isso, os nossos direitos sociais como Europeus derivam do nosso estatuto de trabalhador europeu. Portanto quando requerer o subsídio de habitação ou outro, os funcionários têm por obrigação submeter o requerente ao famoso teste RIGTH TO RESIDE, o qual tem quebrado muita cabeça no Tribunal Superior de Londres e no Tribunal Europeu de Justiça no Luxemburgo.  Quantas e quantas pessoas já não  receberam uma carta do  município ou do  DWP (M do Trabalho e Reformas) dizendo que  não tem direito ao  subsídio porque não tem Direito de Residir. O requerente revolta-se e não compreende que o Direito de Residir (Right to Reside) significa apenas que não tem direito a subsídios, mas pode residir se tiver meios para isso.

O problema com o RIGHT TO RESIDE acontece quando a pessoa ou nunca trabalhou no Reino Unido, ou trabalhou e teria perdido  o estatuto de trabalhador. Seja porque a  pessoa se ausentou do Reino Unido por determinado tempo, ou está de baixa há muito tempo e não teria trabalhado por um período de tempo suficiente. Não falo aqui, por falta de espaço, dos seus ascendentes que nunca trabalharam aqui mas que terão  direitos se forem dependentes dos filhos, os quais são trabalhadores no Reino Unido. Informe-se. Também terá que provar que reside no Reino Unido, e os funcionários preferem  ver o endereço que vem nos estratos bancários e facturas do gás e electricidade.

 Este assunto torna-se ainda mais complicado mesmo para os praticantes de direito,  porque o RIGHT TO RESIDE  depende da Lei Europeia (Directrizes), a qual se sobrepõe às Leis do Reino Unido e dos outros países da União, e,  sobretudo, devido à novidade, ainda não há muita jurisprudência para servir de guia em casos idênticos. 

Por fim, a FOLHINHA DE STOCKWELL aconselha as leitoras e leitores nestas circunstâncias a recorrerem sempre  ao aconselhamento dos Citizen Advice Bureau e outros Legal Centres, Advice Centres  do seu município, a fim de saberem os vossos direitos, reclamá-los e deles beneficiar, e saberem também as vossas obrigações.

O regime do subsídio à habitação não é perfeito e precisa de ajustamentos de vez em quando. No entanto, contribui muito para a qualidade de vida, evita que as pessoas se tornem sem abrigo, homeless, e mostra muita maturidade social do Reino Unido. luisbarrosnews@gmail.com

Thursday, October 6, 2011

37: O DEMAGOGO DR. ALBERTO JOÃO JARDIM


A FOLHINHA  DE  STOCKWELL  37
LITTLE PORTUGAL  - LONDON  UK

O POPULISTA  DEMAGOGO DR. ALBERTO JOÃO

A Folhinha,  muito mais independente e livre do que  a autonomia da Madeira, a soberania de Portugal,  e do que a Câmara Trabalhista de Lambeth, propõe-se objectiva e racionalmente, desmontar o populismo fedorento  do Exmo Dr. Presidente em efígie. Isto justifica-se pela grande concentração de Portuguesas  da Madeira em Stockwell. Habitam aqui muitos nortenhos, do centro  e sulistas,  mas o Dr. Alberto João,  nestes não provoca admiração.

Significados tirados de Infomédia e outros. Populismo: definição simplificada: comportamento utilizado  por um chefe carismático e paternalista, que apela à simpatia das bases populares. Contrói uma estratégia baseada num apelo aos interesses e sentimentos hostis e de intolerância da populaça: ódio, vingança, ciúme, inveja e por aí adiante.
 Demagogo: indivíduo que excita as paixões do povo, mostrando-se defensor dos seus interesses, mas tendo em vista a prossecução dos seus próprios pontos de vista

O nosso Dr. apresenta-se como o pai protector dos Madeirenses como se o povo Madeirense não fosse adulto e emancipado. Para  se manter  ele próprio e um grupo de laranjas  no poder, ele teve de arranjar  um  bode expiatório, bombo da festa, o Contnente lobo mau,  o qual, segundo O Dr.  Alberto,  quer comer a Madeira. Descarrega sobre o Contnente tudo quanto há de mau, quando ele mesmo é o culpado, na capacidade  de presidente.  Assim, o Dr. erige-se em pai salvador e desvia dele todas as culpas de tudo quanto  corre mal. É tudo culpa do Contnente, quando todos sabemos que a região tem autonomia, e ele próprio é o gestor da Ilha. Nunca se viu nenhum presidente dos Açores utilizar esta estratégia vergonhosa, semeando a discórdia entre o mesmo  povo. Vende esta banha da cobra em comícios, e depois destas feiras de propaganda de ódio, onde muita carneirada abana a cabeça que sim,  vão todos  rezar e pedir  perdão ao xenhor.  

Este comportamento populista foi utilizado por Hitler na Alemanha, culpando os Judeus de todos os males que afectavam o país.  A Folhinha não está a chamar Hitler, Mussolini ou Estaline ao Dr.  Os tempos são outros.  Mas para conseguir o poleiro e privilégios, ele utiliza o mesmo processo demagógico. Este populismo, fazer vibrar o que há de pior no ser humano, não funciona tão bem em países muito desenvolvidos.  Todavia, em épocas de crise  há sempre quem apareça a mover-se no populismo e na demagogia, quer dizer, na estrumeira.  Por exemplo, em Inglaterra,  alguns candidatos ao poleiro não hesitam em assustar  a  populaça com o papão da Europa, os imigrantes, os impostos e a insegurança. Mas pouco têm falado da anarquia bancária viciada no jogo da  economia de  casino:  deitam bancos abaixo e empurram muitos países para o precipício da dívida pública. 

Se o Dr. Alberto fosse o milagroso São João, não haveria tantos imigrantes Madeirenses espalhados pelo mundo fora. Também ninguém regressou à Ilha desde que ele por lá anda de presidente há  dezenas de anos a chamar cbanos aos Contnentais. Ele alimenta-se desta lenga-lenga, toca sempre a mesma cassete. A obra que ele fez, outro a teria feito. Há fases no tempo para desenvolvimento e há outras de estagnação, fica tudo parado. É como a maré, sobe e desce. Por exemplo, agora nada mexe, venha quem vier, e o Dr. ainda vai ter o descaramento de abusar da inocência e boa fé dos Madeirenses, e aparecer lá pelas ruas e televisões com a mesma ladainha a vociferar contra os cbanos.  O Contnente é isto,  o Contnente é aquilo, e diabos a quatro. Que seca! Como é possível que esse abuso sobre o povo da Madeira e do Continente ainda produza efeito? O povo Madeirense ainda vai nessa? Não vê o jogo dele! Aquelas tiradas folclóricas no estilo de arame farpado deviam soar cool ao som de música rap do General D. Mas a  Madeira não tem  mais ninguém com capacidade para gerir a Ilha? A Folhinha acredita que tem gente com competências até para gerir o Continente!


Um presidente que conseguiu criar ódio pelos continentais, só para desviar as farpas que doutro modo cairiam  em cima dele!  Entrando em conflito aberto contra o Continente em época eleitoral, varre logo do mapa todo o protagonismo da oposição. Nem se fala nela, esqueceu! Portanto só existe um candidato, porque o Dr evitou a oposição Madeirense, e esgrima contra o Continente. Ora o Continente não é candidato, não concorre e não há votos para o Continente! A vitória do Dr é certa a 100 por centro, porque deste modo ele é o concorrente único como nas ditaduras  de partido único. Armadilha eleitoral simples,  impressionante, e funciona! Desde quando os Continentais mostram prazer em ouvir dizer mal da Madeira? Nunca! As piadas do Continente até são sobre os Alentejanos, por quem temos grande respeito, carinho e gostamos muito da região. Desde quando as Continentais deixaram de casar com os Madeirenses e vice-versa? Desde quando é que as Madeirenses são diferentes das Algarvias, das Minhotas, das Transmontanas, das Alentejanas, das Lisboetas, Beirãs? A única diferença é geográfica.


O Dr.  Alberto João lançou-se  nessa onda diabólica de ódio contra o Continente para se proteger a ele próprio. Protector dos Madeirenses? Não há ninguém a ameaçá-los, nem o Dr.  quer saber dos Madeirenses para nada! Só lhe  interessa o  poder. Os Madeirenses são apenas uma escada para ele passar por cima e subir. Para muitos, o poder é uma espécie de droga, e de tudo são capazes para lá chegar e gozar dos privilégios de imperador!  Ele começa a choramingar e a sugerir que o Continente lhe quer fazer mal, então lá vai o povinho a defender e votar no Joãozinho, chefe da tribo. E o Joãzinho todo vaidoso, a rir para ele próprio e  convencido de que tem o povo na mão e que o leva pela ponta do nariz para onde quer. E tem levado. Que tristeza! Quando lhe deram a escolher entre receber as reformas ou o rendimento da  presidência, o homem apanhou uma birra, e até espumava a berrar contra o Estado ladrão! Se ele fosse bom para os Madeirenses então também daria a vez a outros Madeirenses para exercerem o poder. Não se candidatava! Nem pensar! Mas se o povo se compraz, e acha graça às birrinhas e espalhafatos do Dr., então o caso aponta para patologias agudas e crónicas! 

A Gestão Pública do Continente e Ilhas não precisa  de ser transformada num circo.  E muito menos neste momento de crise. É do conhecimento geral que as elites continentais, Ilhas e Penínsulas, andam há muitos, muitos anos a distribuir entre eles milhões que o país nunca teve, e a afundar cada vez mais o défice público.  Raparam tudo e já não há mais: O Zeca Afonso tinha razão: eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo  e não deixam nada. O Povo nunca teve direito a nada! Tem fugido daquela gente para a imigração. Pelo menos já não temos a PIDE a guardar as fronteiras do país, o qual fora no fascismo um verdadeiro  campo de concentração de iletrados, de analfabetos políticos e outros, e de mão d´obra paga com peanuts.  Os  sacanas  não nos deixavam imigrar e  lançavam as forças da ordem, ou da desordem em nossa perseguição! Mesmo assim não nos conseguiram fechar lá dentro! Fugimos, e depois tiveram de nos dar passaportes.

Enquanto  os governantes do Continente, Ilhas e Ilhéus, utilizarem  a Gestão Pública como meio de  enriquecimento deles próprios, em vez  de zelarem  pelo Bem da Nação, então vale mais entregar isso tudo à bicharada, fugir, e o último fecha a porta.  Precisamos de dirigentes sérios, honestos e responsáveis. O lugar da  comédia é no circo. Quanto às birrinhas do Dr. da Ilha Dourada, isso tem sido uma grande palhaçada, recreio permanente. Tanto Belém como São Bento já deveriam há muito ter dito basta,  e posto um ponto final a esse gozo. Paciência e sorrisos amarelos não têm dado resultado. Definitivamente, a Ilha estaria muito melhor e seria muito mais respeitada, e muito menos objecto de ridículo e  risada  se a população, ela  própria,  tivesse resolvido o assunto, e despachado o homem em holiday para as Ilhas Canárias.   luisbarrosnews@gmail.com