LITTLE PORTUGAL - STOCKWELL- LONDON- south lambeth road- UNITED KINGDOM
DOS TRIBUNAIS England & Wales
1 Num mundo
ideal e de cidadania perfeita, todas as cidadãs teriam o privilégio de acesso
ao conhecimento sobre o funcionamento dos corpos administrativos que regem o
Estado e a sociedade. Infelizmente, só um número restrito dos cidadãos foi
sensibilizado e instruído em assuntos
superiores. A população em geral anda a leste, sujeita a cair em armadilhas a
todas as esquinas de rua, porque tem havido interesse em manter a população em
quase iliteracia sobre os órgãos de gestão pública.
2 A televisão pública não tem feito
praticamente nada a nível de instrução cívica, tendo privilegiado o
entretenimento de modo abusivo. Não tem evoluído, parou no tempo e virou curta
visão. Muitos programas são verdadeiramente um insulto à inteligência. Todavia, a utilização
da internet abre as portas a virtualmente tudo quanto quiser aprender a um preço
acessível, e até gratuito se a sua biblioteca local dispuser de computadores e
acesso público à Internet. A própria Folhinha de Stockwell pode ser lida na Net
a todo o instante.
3 A FOLHINHA
DE STOCKWELL aconselha a não se meterem em sarilhos. Podemos não conhecer o
trâmites da LEI, mas todos sabemos mais ou menos quando estamos em transgressão
criminal. Fraude nos subsídios é crime
porque isso é lesar os outros cidadãos, e o Estado tem por dever proteger os
impostos pagos pela população. Se fizer alguma e pensar que os agentes de
aplicação da LEI são estúpidos e que
você lhe enfia a peta que quiser e eles engolem, então está enganado(a).
Cuidado com as surpresas. Você até pode andar metido em alguma avaria e a LEI
já a saber o que você anda a tramar. Logo lhe deitam a mão, porque você pode já
estar na lista de espera. Infelizmente também por aqui há muita malandragem. Depois de o/a caçarem você está em maus
lençóis, literalmente. É como se lhe caísse o céu em cima e andará colado às suas
costas praticamente toda a vida. Vai ficar traumatizado(a), e depois fica com o
registo criminal sujo, e terá de declarar isso por um período de 5 anos quando
procurar trabalho, etc. Pense nas implicações na sua vida se tiver uma
condenação. E se apanhar uma condenação superior
a um ano de prisão, o SEF inglês vai
tentar a sua expulsão deste país, seja você europeu ou marciano.
4 Em Inglaterra
e País de Gales há “Tribunals e Courts” (a comunidade diz que foram à côrte. Terão certa razão, ou não terão). Os Tribunals decidem processos civis e não criminais, como por exemplo,
decisões judiciais sobre quem fica com a guarda de crianças em casos de
divórcios, conflitos profissionais, de trabalho, conflitos entre o cidadão e Autoridade
Local (municípios), certas dívidas, etc.
Nisto, os “County Courts” também têm esta função. O processos não são desencadeados em nome da
Regina (Queen), mas sim em nome do Queixoso ou Requerente contra um
Respondente.
5 Como verá
mais abaixo, os processos criminais são levados
à “Court” pela Rainha, pelos seus executantes, porque HM (Sua Majestade)
the Queen representa o Estado. E este Corpo
tem por dever de proteger as cidadãs/os, punir os culpados/as pelo crime que praticaram,
e para mostrar o que acontece quando se
perde o juízo. A vítima não tem que se preocupar com custas de Tribunal nem em
procurar advogado. Apenas apresenta queixa na polícia e conta a sua versão dos
factos. O processo começa já a decorrer, e em caso de haver provas de
identificação do/a infractor/a, você será depois chamada a relatar os factos em
Tribunal. Certamente que o advogado de defesa da ré ou réu irá tentar
demonstrar que você inventou tudo e não está a dizer a verdade. Isto é assim
mesmo e é a função do advogado do alegado infractor/a, porque acredita na inocência
deste.
6 O “Magistrates´
court” é um tribunal criminal de primeira instância por onde passam
obrigatoriamente todos os processos criminais.
Curiosa ou não curiosamente, os juízes destes tribunais são leigos, quer
dizer, são pessoas civis como o FOLHINHA e você. Dão-lhe uma formação de alguns
meses e brevemente você senta-se no Tribunal a decidir processos, decretar
multas por conduzir bêbedo, decretar uma proibição de se aproximar da casa
conjugal por ter dado uma bofetada na esposa, ou metê-lo na prisão por um
período não superior a 6 meses. Estes juízes, juízas não cursaram nas
faculdades de direito, mas muitos deles cursaram noutras. São em geral pessoas oriundas da classe média,
as quais exercem outras funções na vida profissional. Enquanto juízas, são voluntárias no exercício
desta actividade altamente cívica, e não auferem salário. Ajudas de custo. Isto é o equivalente das Juízas de Paz
recentemente introduzidas em Portugal. A razão das Juízas leigas é para dar a
ideia que não é a autoridade estatal que decide os julgamentos, que condena: são os
pares da ré, do réu, são pessoas do povo, da sociedade civil. Veremos mais
adiante que a mesma coisa acontece com
os 12 jurados no Crown Court (Tribunal da Coroa: tribunal criminal mais elevado
do que o Magistrates´).
7 Devem ter observado
que a Folhinha utiliza por vezes palavras femininas com a intenção de representarem
também o elemento masculino. Isto deve-se ao facto de as palavras masculinas englobarem,
na maior parte dos casos, o elemento
feminino. A Folhinha decretou igualdade
e aplica.
8 Não se preocupe
com a laicidade destas juízas, porque se elas tiverem dúvidas sobre procedimento
jurídico, têm mesmo em frente delas, sentadinha a uma secretária, uma profissional
em direito, a clerck (pronuncia-se cláque, porque o r londrino não se
lê nestes casos), a escrivã, a
qual nunca pára de trabalhar na gestão do processo durante a audiência, e tem
sempre o “radar” ON. Em geral, a
audiência tem três juízas/es, a do meio preside. É de admirar a profunda sensibilidade e o modo sensato, justo, e
rápido como despacham os julgamentos. E não caem na retórica sofística e confusa dos advogados (solicitors e
barristers). O Sócrates de Atenas detestava
os sofistas, porque estes ensinavam retórica, tida com arte de utilizar a
linguagem para enganar, e cobravam pelas aulas. O Sócrates ensinava de graça nas
ruas de Atenas, conduzia o interlocutor à verdade pela maiêutica. O desgraçado
acabou condenado à morte por envenenamento pela Assembleia de Atenas, acusado
de corromper a juventude e por não venerar os deuses da Polis. O erudito filósofo
octogenário talvez tivesse salvado a pele se tivesse sido defendido por um “sofista”.
Lembro ou informo que o Tribunal não é o edifico, mas sim o conjunto de
profissionais reunidos numa sala de audiência. Um tribunal pode reunir em qualquer
parte.
9 Foi dito
que todos os casos criminais começam no
Tribunal de Magistrados com Juízas leigas, não profissionais de Justiça. As
Juízas enviam certos casos para o CROWN COURT por várias razões. Um dos casos é devido a este Tribunal não ter poderes
para condenar um criminoso a mais de 6 meses de prisão. Em audiência preliminar
será perguntado ao réu se está culpado ou não culpado. Se disser que está culpado, então já não haverão audiências
de julgamento porque não é preciso ouvir
ninguém par encontrar se está culpado ou inocente. Haverá apenas uma audiência para
lhe lerem a sentença. Se a condenação não for superior a 6 meses os Juízes
dão-lhe a pena consoante o crime, e tendo em conta as circunstâncias atenuantes,
a “mitigation”. Os advogados de defesa são
todos bons nisto, encontram sempre desculpas para o procedimento criminal, só
que as juízas têm muitas dificuldades em acreditar na “mitigation” quando um sacana anda sempre a ser condenado pelo
mesmo tipo de crime, por vezes em liberdade condicional. Se a moldura penal for superior a 6 meses, então o culpado
irá receber a condenação que ganhou ao Crown Court.
10 Se o réu,
ré se declarar não culpado, (not guilty), então o processo segue para
julgamento. Os casos graves, tráfico de droga, agressões graves (GBH),
homicídios são logo despachados com data marcada para serem ouvidos em Crown Court (Tribunal da Coroa). Em certos
casos o réu pode escolher o Tribunal de
Magistrados ou o Crown Court. É preciso
saber jogar, porque se for para o Crown Court poderá apanhar mais de 6
meses. Há quem pense que há mais
possibilidades de ser absolvido pelos doze jurados do Crown Court do que pelas
Juízas laicas do Tribunal de Magistrados. Se estiver culpado/a é sempre difícil
convencer alguém da sua inocência. Porque não há processo sem algumas provas,
mesmo que sejam mínimas. Havendo provas fracas, o réu terá alguma chance de
ganhar o processo mesmo que tivesse praticado a acção dolosa. Se as provas
forem fortes, só não se declara culpado/a quem é parvo. Ao fim e ao cabo você
não vai escapar aos escrutínio agudo das doze juradas do Crown Court, ou das 3
ou só uma Juíza em certos casos do Tribunal de Magistrados. Vai passar as
passas do Algarve durante as audiências de julgamento e depois não terá direito
a desconto de um terço da pena, porque o processo custou dinheiro, muito, ao Estado,
quer dizer, às outras cidadãs, e também gastou tempo ao Tribunal.
11 O Crown
Court (Tribunal da Coroa) é o Tribunal criminal onde têm lugar os julgamentos por
crimes graves. Quem não ouviu falar do histórico
Old Bailey perto de Saint Paul’s
Cathedral. A Moll Flanders de Daniel Defoe escapou à forca, à corda ao pescoço, na altura em que no Old Bailey
funcionava a prisão de Newgate, porque ela estava de bebé e alguém conseguiu
que fosse deportada para as Américas. Muito
lindo, leia. Por este Crown Court passa o piorio da raça humana: desde assassinos,
terroristas, “rapists, serial killers, you name it”. A Grande Londres é uma metrópole com quase
tanta população como Portugal inteiro, por isso, tem muitos crown courts. Estes tribunais estão espalhados por toda a Inglaterra
e País de Gales. O sistema judicial da
Escócia é diferente e são também jurisdições diferentes.
12 Já se
falou dos jurados, os quais são 12 pessoas escolhidas ao acaso nos registos
eleitorais, e notificadas com meses de antecedência para prestar serviço nos
julgamentos. Todos os dias há centenas de jurados nos Tribunais de Londres a
ouvir, e depois a decidir se os réus, rés estão culpados ou inocentes. Portanto
nos Crown Courts não é a Juíza, Juiz que decide, mas sim os jurados, (Jury de 12 pessoas). A função da Juíza é de
arbitrar o julgamento no sistema “adversarial” dos Tribunais Ingleses e não
inquisicional dos Tribunais Portugueses. A Juíza/ Juíz, tendo a função de árbitro são
figuras de grande respeito e não hesitam em dar raspanetes aos advogados,
quando estes começam à caneladas no réu, quer dizer, a fazer perguntas guiadas e
insinuações fora de contexto para desacreditar o réu. É uma das ocasiões em que
a Juíza manda mais ou menos educadamente os causídicos a mudarem
de conversa, “you´ve made your point”, já chega. Os advogados também sabem que estão
a pisar o risco, são repreendidos pelo Juiz, mas aquilo que disseram ficou
dito, os jurados ouviram, e pode ser importante na tomada de decisão a favor ou
contra o réu. As audiências nestes
Tribunais estão abertas ao público. Se algum dia for ver uma audiência,
desligue o seu mobile se não quiser que lhe tirem a samarra se isso começar a
tocar esses rings foleiros e pimbas lá dentro.
13 Se os
jurados decidirem que o réu está culpado, está decidido e caso não haja recurso
da decisão, o condenado receberá depois a pena decretada pela Juíza, depois de
ouvir a “mitigation” da defesa. Quer
tenha cometido o crime ou não, porque há casos de julgamentos errados, o
culpado terá se agir como culpado, porque é melhor para ele, ela. Contestar a
decisão sem recorrer (appeal) significa
desrespeito pela LEI e pelo Tribunal. Isso não é nada bom. Diga o que disser,
isso só se revolta contra si, porque o Tribunal é soberano e você está culpado aos
olhos da LEI enquanto outro Tribunal não decretar o contrário. Poderá recorrer
se encontrar um advogado que aceite, porque não é fácil ganhar em recurso. E nenhum
causídico gosta de perder. Nenhum Tribunal gosta de revogar a decisão doutro
Tribunal, mas acontece. Também, na maioria dos casos, o recurso só prossegue se tiver havido falhas
jurídicas no decurso do processo, e isso raramente acontece.
14 Resumindo
e concluindo, os Tribunais em Inglaterra existem não como instrumentos de opressão, mas sim como forças
de liberdade e de protecção das cidadãs e das liberdades individuais. É na
liberdade de movimentação dos juristas e exercício jurídico livre nos Tribunais
que se revela a maturidade democrática de um país e do Estado de Direito. A
maturidade e civismo de uma Nação também se revela na conduta pacífica da
população que não resolve os conflitos por mão própria e ao murro, mas que
recorre aos canais e cânones do Direito nos Tribunais.
PS: Notícia de última hora, 24/2/12: Julgamento em curso de um gangue no Old Bailey, num caso de tentativa de homicído, muito triste, em que uma criancinha inocente ficou paralizada e condenada a uma cadeira de rodas, só por se encontrar numa loja ao lado do café-restaurante Madeira, em Stockwell Road, certamente com os olhinhos fixados numa barra de chocolate, quando o sacana, um desses estouvados que andam por aqui só a fazer mal à comunidade, disparou os tiros.
A criança foi atingida no peito e só escapou à morte por milagre. Aquele a quem a bala era destinada não foi atingido e deve de andar por aí a rir à garagalhada. Imaginem só o drama da menina e da família. O Politicamente Korrecto bulshit deste país consentiu que acabássemos nesta situação de quase impotência da Polícia no alastramento desta gangrena dos gangues Londrinos. E quem mais sofre são os póprios gangues e suas famílias. Isto é, a guerra é mais entre eles, matam-se uns aos aos outros em vinganças e controle de outras coisas..., só que nós, o público honesto que apenas queremos viver em paz e harmonia, apanhamos por tabela, assim como apanhou esta inocentinha. Bastards! Esta escória só pode produzir e alimentar o BNP e a EDL.
Mas Londres ainda é uma grande capital com muita segurança, onde dá gosto viver. É mesmo uma minoria muito pequenina que causa problemas. Infelizmente, há violência por esse mundo fora, e não menos do que em Londres. A grande parte da população é normal e ajuizada, igual a todos os países.
Paul Cheston, Courts
Correspondent
24 Feb 2012
PS: Notícia de última hora, 24/2/12: Julgamento em curso de um gangue no Old Bailey, num caso de tentativa de homicído, muito triste, em que uma criancinha inocente ficou paralizada e condenada a uma cadeira de rodas, só por se encontrar numa loja ao lado do café-restaurante Madeira, em Stockwell Road, certamente com os olhinhos fixados numa barra de chocolate, quando o sacana, um desses estouvados que andam por aqui só a fazer mal à comunidade, disparou os tiros.
A criança foi atingida no peito e só escapou à morte por milagre. Aquele a quem a bala era destinada não foi atingido e deve de andar por aí a rir à garagalhada. Imaginem só o drama da menina e da família. O Politicamente Korrecto bulshit deste país consentiu que acabássemos nesta situação de quase impotência da Polícia no alastramento desta gangrena dos gangues Londrinos. E quem mais sofre são os póprios gangues e suas famílias. Isto é, a guerra é mais entre eles, matam-se uns aos aos outros em vinganças e controle de outras coisas..., só que nós, o público honesto que apenas queremos viver em paz e harmonia, apanhamos por tabela, assim como apanhou esta inocentinha. Bastards! Esta escória só pode produzir e alimentar o BNP e a EDL.
Mas Londres ainda é uma grande capital com muita segurança, onde dá gosto viver. É mesmo uma minoria muito pequenina que causa problemas. Infelizmente, há violência por esse mundo fora, e não menos do que em Londres. A grande parte da população é normal e ajuizada, igual a todos os países.
Judge's warning
over threat to jury in gang shooting trial

24 Feb 2012
The judge in an attempted murder trial has threatened to ban the public
from court amid a jury intimidation scare.
Judge Martin Stephens issued "a solemn
warning" at the Old Bailey after receiving a note from jurors about an
"incident" that had caused them "concern".
The jury agreed to continue in the trial of three
alleged Brixton gang members.
The trio are accused of firing on a Stockwell shop,
leaving five-year-old Thusha Kamaleswaran paralysed after a bullet hit her in
the chest.
Their alleged target, rival gangster Shaun Bryan, was
unhurt but a male shopper was also shot.
The judge said he would order arrests for
"improper conduct" - including any approach, interference or
intimidation involving the jury.
"If necessary I will order the public gallery to
be closed for the rest of the trial and the public barred from court."
Nathaniel Grant, 21, Kazeem Kolawole and Anthony
McCalla, both 19, deny attempted murder, wounding with intent and possessing a
firearm with intent to endanger life.
The trial continues